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segunda-feira, 20 de maio de 2013
terça-feira, 7 de maio de 2013
domingo, 5 de maio de 2013
Entrevista de Miley para a V Magazine
Vestida em uma camiseta antiga, mostrando a barriga, e em calças da TopShop, Miley Cyrus está dançando ao seu novo som com um embalo de hip hop em um estúdio de Burbank, na Califórnia. A alguns passos dali, Pharrell Williams, o mega-charmoso, mega-produtor que ajudou a orquestrar esta esperta e sincera descoberta musical, sem nenhum esforço, troca letras musicais com esta sorridente garota de 20 anos, que está determinada em revolucionar a sua carreira. Eles estão ouvindo a “#GetItRight”, o possível primeiro single que irá liderar essa sua nova fase, em seu primeiro álbum após a Disney, e que com certeza marcará o Top 40 das paradas musicais, um diamante que irá enganchar a esperta doçura que parcialmente esconde a sinceridade sexual que está implícita em suas letras. Um fenômeno global desde os seus dias de Hannah Montana, a filha de Billy Ray “Achy Breaky” Cyrus ficou amplamente conhecida por suas letras apropriadas para crianças e adolescentes, além de sua personalidade correta. Mas após deixar cair a sua máscara da Disney – genuinamente, sem armadilhas e estratégias de imagem – Miley se revelou ser muito mais do que uma figura do pop atraente que passou por uma forte transformação. O mundo está assistindo à medida que seu visual, sua identidade e maturidade se desenvolvem, fixadas em cada decisão de sua vida, desde o seu noivado com o galã de Hollywood Liam Hemsworth, até o desafiador novo estilo, que ela atribui à orientação contínua com Williams. Aqui, os dois discutem tudo conosco, desde moda, família e o próximo nível que será de grande triunfo.
V: Onde você começou?
MILEY CYRUS: Pharrell foi a primeira pessoa com quem eu quis trabalhar. Eu tive tantos produtores e empresários diferentes e todas essas pessoas vieram a minha casa porque eu não sabia onde queria começar. Meu álbum seria lançado como uma mixtape “imatura” com essas músicas e sentimentos diferentes que não se misturam. Então eu conheci Pharrell, e foi a primeira vez que eu me senti realmente livre no estúdio. Pharrell abriu aquela porta. No final do dia, eramos o que eu e P. estávamos fazendo. E é claro, somos muitos gratos por todas as pessoas que nos trouxeram até aqui, que nos trouxeram um ao outro, e, agora, nós estamos em nossos próprios caminhos. Eu nunca fui tão grata por ter alguém em minha vida. É louco. Já faz quase um ano desde que começamos, e minha vida tem sido completamente diferente. Eu poderia continuar tudo isso para sempre, apenas fazendo esse álbum.
V: Onde vocês se conectaram pela primeira vez?
PHARRELL WILLIAMS: Se você entrar em uma sala eu posso te dizer várias coisas sobre você. Eu acho que as pessoas se emocionam. Ela começou a falar e eu comecei a perceber. Porque eu conhecia a música, mas eu não tinha ideia que sabia disso. Eu continuei ouvindo sobre essa garota Miley que tinha essa música “The Climb.”
MC: “Can’t Be Tamed.”
PW: Eu estava tipo, ok, ela quer se libertar. Então teve toda essa coisa da sálvia. [Se virou para o representante de Miley] Me desculpe, mas eu só…
MC: É parte do nosso…
PW: Esse foi um momento muito importante para mim porque isso me fez saber que aquela garota estava se desvinculando daquilo que o mundo via. Isso é legal, eu gosto, é ótimo, mas eu posso sentir agora, estou acordando. Foi como se seus hormônios estivessem falando por ela de todas as formas. Quando eu a conheci, eu só pensei em uma bola de fogo. Ela estava dizendo, “eu gosto disso e gosto daquilo.” E eu estava impressionado, porque ela sabia como dizer aquelas coisas.
V: Como o que?
PW: Apenas a música que ela estava ouvindo. Como Waka Flocka Flame.
MC: “Dance A$$” [do Big Sean] era meu vício naquele momento. [risos]
PW: Porque “Party in the U.S.A” era muito pop, mas era honestamente um bom pop, e ela estava dizendo a coisa certa. Ela estava tipo, [cantando] “And the Jay-Z song is on!” e eu fiquei tipo, “Ok, a sálvia, aquele trecho de “Party in the U.S.A”, e as coisas diferentes que saem online? Existia mesmo algo nela.
MC: Ninguém me deixa cantar como o Pharrell deixa, é que apenas ir e fazer suas coisas e todas as harmonias que você faz, que é o que me trás até onde estou. Que é ser de Nashville e estar perto de Dolly (Parton, sua madrinha] e ouvir ela cantar. Ninguém me daria a chance de dizer, “Desliguem o Auto-Tune, desliguem o filtro, e apenas ouçam o que estou cantando.” Ele foi a primeira pessoa que fez isso. Eu nunca poderei dizer que não amo “Party in the U.S.A” e que eu não sou agradecida por essa música. Seria como se meu pai dissesse que odiou “Achy Breaky”. É aquilo que te deu tudo o que você tem. Eu jamais negaria isso. Mas isso não é quem eu sou, não é o que quero cantar, e não é como a minha voz soa, porque você não consegue me ouvir através daquilo. Eu gosto do fato de Rihanna ter um som próprio. Beyoncé tem seu som próprio. Eu tenho meu próprio tom. Todo o resto é apenas uma mistura – mas nós mantivemos nossos 808 lá porque eu os amo.
PW: Sim, ela ama.
MC: Eu estava ouvindo aquilo que eu e P. trabalhamos na noite passada e eu recebi as sobrinhas do Liam em casa e elas estavam dançando ao ouvir, então o irmão dele entrou e ficou tipo: “É esse seu trabalho com Pharrell? É tão incrível!” Isso é exatamente o que eu queria fazer. Qualquer um pode gostar do som que fizemos. Foi quando eu senti que meu álbum é muito diferente. Não é o que as pessoas esperam: que é eu mostrando o dedo do meio e dizendo: “Vai se f*der. Eu não fiz um CD pra as pessoas que me amam”. Eu fiz um CD para as pessoas que me amam, mas aí eu resolvi também fazer isso para as pessoas que eu quero que comecem a me entender.
V: Com o que o álbum se parece?
Pharrell: Com a personalidade dela. Este processo todo não passou de nada além de eu segurar o espelho na frente dela. Vamos para a parte em que falamos do cabelo. Nós estávamos em Miami e ela ficava dizendo “Sim, bem, é isto o que eu penso, mas essa e essa pessoa vão pensar isso e aquilo.” E eu dizia “Você é a rainha do seu próprio reino. No final do dia, você só precisa fazer aquilo que as outras pessoas não podem fazer.”
Miley: Foi maravilhoso porque nós ficávamos lá com a Helen (Lasichanh, noiva de Williams) e Rocket (filho do casal) e eu dizia “Por que eu simplesmente não corto meu cabelo e pinto ele todo de loiro?” eu sempre quis fazer isso. Eu pude fingir ser Justin Bieber uma vez e eu tive usar uma peruca dele e assim que me vi, fiquei pensando “Ok, eu meio que fiquei legal desse jeito.” E eu nunca mais pensei nisso de novo. Daí o Pharrell disse “É isso que você pode fazer e que ninguém mais pode.” Talvez umas duas semanas depois, ele foi a primeira pessoa que eu liguei quando coloquei o meu coque pra cima e (o cabeleireiro Chris McMillan) fez assim (faz som de tesoura cortando). Ele era a única pessoa para a qual eu queria ligar, porque eu gostaria que ele soubesse que eu não estava brincando com o que eu dizia. Eu iria mudar, eu seria diferente, e eu faria o que eu queria fazer. Eu cortei o meu cabelo, comprei um par de botas Docs e nunca olhei para trás.
V: O que você pensou quando viu isso?
PW: Eu estava animado por ela, mas não foi chocante, porque isso ela já era. A única coisa que eu disse foi, “liberte-se”.
MC: Nesta indústria ninguém quer ser um espelho para você e te encorajar a ver as coisas boas. Ninguém quer que você veja a si mesmo totalmente porque então você não precisa disso. Se não há nada faltando, então você não precisa disso.
PW: Esta é uma garota de 20 anos. Você ouviu toda essa percepção? Eu dizia a ela: “Sua visão de si mesmo, a sua visão do mundo, é tão precisa. Comece a abraçar isso agora, então você pode ser excelente quando estiver em seus 30 anos. Hoje você é muito, muito boa, e você é super-avançada, mas não seja uma daquelas meninas que tinham tudo o que precisavam quando eram jovens, mas porque foi distraída por todas as besteiras periféricas, queimam-se aos 25 ou 30 ou algo assim. Abrace esta sua energia.” Um ano se passou, e eu já vi uma diferença completa. Quando eu a conheci, ela tinha 5,6 ou 5,7 milhões de seguidores no Twitter. Você olha e ela agora está em 11,3 ou 11,4.
MC: Isso mesmo. É 11,4 hoje. Você entra demais no meu Twitter. [risos]
PW: Eu assisto seu crescimento. É como um gráfico de crescimento. Isto é muito importante para mim, porque esta é a minha irmãzinha. Você fica na sua. Você está lá para o seu próprio modelo. E esse é o meu modelo. Eu sinto a responsabilidade do nosso relacionamento e de tudo o que nos tornamos. Você nunca vai encontrar uma pessoa melhor do que esta “porra” aqui.
V: Isso me lembra o álbum “Control” de Janet Jackson…
PW: Jimmy Jam e Terry Lewis.
Uma artista encontrando a si mesma.
PW: Destemida. Eu nunca vou esquecer quando ela cortou o cabelo e um bom amigo meu, Tyler, the Creator, fez um comentário no Twitter.
MC: Sobre o meu barbeiro. Ele chamou de ‘meu barbeiro’!
PW: E ela disparou de volta!
MC: É realmente engraçado. Ele escreveu algo assim ‘Miley deve matar o barbeiro que fez isso com ela.’ E eu falei ‘Nada pode corresponder ao que Deus já fez a sua cara. De qualquer maneira, eu amo sua música. ’.
PW: Caramba! E a sofisticação dela de terminar com: “Mas eu amo sua música. (Carinha sorrindo)”? Eu disse a todo mundo ‘Eu disse a vocês. Ela é diferente’.
MC: E agora ele está em uma música com a gente aqui e está tudo bem.
PW: “Sim, eu vou bombardear você. Eu não tenho medo. Mas eu gosto de sua música. Essa é a verdadeira coisa. Esse foi um momento de muito orgulho para mim. Nomeie outro artista pop com 21 anos que teria reagido assim. Porque no papel ela é uma artista pop. Mas se você cortá-lá e abri-la, ela é muitas coisas.
MC: Em minha mente eu sou Gucci Mane, mas no papel eu sou uma artista pop. [risos]
V: Lembro-me de vê-la sair usando um cinto Moschino e pensar que você entendia da coisa.
MC: Isso é que é loucura. Eu me senti como se eu sempre tivesse ele. Eu sempre mantenho em segredo as coisas sobre a minha casa. Agora eu sou assim, foda-se. Não é sobre ser a garota mais feminina, é sobre o pop. Os tempos estão mudando, a música está mudando, a moda está mudando. Tudo está mudando.
V: Eu gosto que você está noiva, mas isso também não é besteira. Você tem uma certa estabilidade ao tomar o mundo.
MC: Eu trabalho todos os dias. Meu assistente é sempre assim: “Eu não quero ouvir você cantar durante o dia, a menos que nós estejamos no estúdio, porque eu estou no estúdio com você a partir de 05:00 da tarde até 05:00 da manhã.” E é como, eu não estou em casa com meu namorado o tempo todo. Nós trabalhamos. Toda semana é “Eles terminaram? Porque nós não vemos uma foto deles.” Eu não tenho tempo para ir ao Starbucks com o meu namorado todas as manhãs. Eu queria que tivesse, mas eu não tenho. Eu prefiro relaxar na minha casa e estar lá para quando eu realmente começar a passar o tempo com ele. E então eu estou no estúdio o dia todo. Ele se levanta para trabalhar às seis e chego em casa às cinco do estúdio. Eu coloquei este álbum antes de tudo, e eu nunca fiz isso com qualquer outra coisa. Eu me dediquei muito nesse álbum para colocar qualquer coisa na frente dele.
V: Vocês dois têm discutido o aspecto da música?
MC: Meu contador não ama Pharrell como eu. Porque ele me apresentou a alguma merda vintage em Miami que é loucura. Eu sempre fui diferente na forma como eu me visto, mas Pharrell e, especialmente, Helen – porque quando Pharrell estava editando, nós só ficávamos no computador e fazíamos compras -, eles me ajudaram a entender como eu poderia me expressar através de como eu me visto.
PW: E é isso que você está vendo e eu não posso levar o crédito por isso. Tem sido ótimo ver o seu estilo desenvolver, porque ela sempre teve isso nela. A Comme des Garçons, os Chanels do mundo, você pode falar com um monte de pessoas sobre isso, mas eles podem não entender direito. Enquanto que, com ela, é como se ela me entendesse. Porque é assim que me sinto agora. Não é como “eu tenho um monte de dinheiro! Deixe-me comprar tudo na loja!” Com ela, é uma honra ver isso. É um privilégio. Ela mergulha dentro de você. O que você está vendo é a manifestação de sua personalidade. É como a música. Nós tocamos pra você só duas músicas e com elas você vai entender quem é Miley.
V: O álbum é a sua história.
MC: Fiquei animada porque neste álbum eu posso dizer o que eu quiser. E então eu fiquei mais confortável com isso e o álbum ficou melhor e melhor. Se eu tivesse feito isso há dois anos, quando eu deveria ter tido um álbum lançado, ele teria sido uma pirralha tentando dizer: “Esta não é quem eu sou! Isto é o que eu estou tentando provar!” Agora eu não estou tentando provar nada a ninguém.
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